Lindevania Martins
Julian Assage foi preso ontem. A acusação oficial é de um crime que só existe na legislação da Suécia. É o “estupro sueco”[1]: transar sem camisinha; transar com duas mulheres numa mesma semana.
Enquanto isso, a guerra entre internautas e organismos políticos e econômicos continua. Visa e Mastercard – embora continuem recebendo pagamentos referentes a apostas em jogos e a negócios de pornografia, não recebem mais doações destinadas a Wikileaks[2]. Tiveram seus sites atacados por ciberativistas. O site da Mastercard ficou fora do ar por várias horas . Nesta mesma quarta-feira foi divulgado que o governo americano pressionou a Rússia para que abortasse um projeto que prejudicava as duas multinacionais do crédito[3].
O grupo conhecido como Anonymous, surgido em meados da década de 90, em um confronto anterior contra a Igreja da Cientologia, que também envolvia liberdade de expressão na internet, organiza uma reação. Ligado ao 4Chan, lançou a “Operação Vingar Assange”[4], afirmando que está ocorrendo a “primeira guerra informática”.
Do outro lado, o Facebook retirou uma página dos ciberativistas do ar. Trata-se da “Operation Payback”, ligada à organização de ações a favor da Wikileaks. A alegação do Facebook é de que a página viola os termos de uso do site de relacionamento social[5]. Quanto ao site da Wikileaks, seu conteúdo se encontra fielmente reproduzido em mais de mil sites espalhados por inúmeros países[6].
Enquanto isso, a Austrália é acusada de ter “abandonado Assange aos lobos”, como afirma manifesto do Anonymous.
Sob o mesmo ponto de vista, centenas de intelectuais de renome assinaram um carta aberta dirigida ao governo daquele país[7]. Entre eles, Stuart Hall e Noam Chomsky. Se vivemos num estado de direito, a Julian Assange devem ser estendidos todos os direitos e garantias legalmente previstos, tendo o governo australiano a obrigação de garantir que Assange os receba.
[1] http://www.brasilianas.org/blog/alberto-porem-junior/np-revival-cacado-pela-interpol-porque-a-camisinha-estourou e http://ponto.outraspalavras.net/2010/12/08/os-estranhissimos-estupros-de-julian-assange/